top of page

A relação entre escoliose e dor nas costas: mitos e evidências

Foto do escritor: Ft. Aline GranatoFt. Aline Granato

Atualizado: 24 de fev.

A escoliose é uma condição que gera muitas dúvidas, especialmente no que diz respeito à sua relação com dores nas costas. Embora tradicionalmente se acredite que a escoliose idiopática do adolescente (EIA) não seja uma fonte direta de dor, estudos recentes apontam que essa questão é mais complexa do que parece.


A dor é comum em adolescentes com escoliose?


Sim, a dor nas costas é uma queixa frequente entre adolescentes com escoliose idiopática. Pesquisas apontam que entre 23% e 90% desses pacientes relatam algum nível de dor. Contudo, a intensidade e a localização variam bastante, dependendo de fatores como o grau de curvatura da coluna, o estilo de vida e a presença de outros problemas associados.


Apesar disso, não há uma relação direta entre a gravidade da curvatura e a intensidade da dor. Estudos mostram que adolescentes com curvas severas nem sempre apresentam mais dor do que aqueles com curvas leves. Isso reforça a ideia de que fatores biomecânicos e psicológicos desempenham um papel importante na experiência da dor.


Fatores que influenciam a dor:


  1. Aspectos mecânicos:

    • Disfunções musculares, pressão assimétrica nos discos intervertebrais e sobrecarga nas articulações podem contribuir para a dor.

  2. Fatores psicossociais:

    • Ansiedade, depressão e percepção corporal negativa são comuns em adolescentes com escoliose e podem agravar a dor percebida.

    • A cinesiofobia (medo de movimentar-se por medo de piorar a dor) é outro fator relevante, podendo levar à inatividade e perpetuar o desconforto

  3. Atividade física e estilo de vida:

    • A falta de exercícios pode enfraquecer os músculos de suporte da coluna, aumentando a sobrecarga sobre as estruturas vertebrais.


Como gerenciar a dor?


O manejo da dor em pacientes com escoliose deve ser multidisciplinar, incluindo intervenções físicas, psicológicas e educacionais. Aqui estão algumas estratégias:


  • Fisioterapia personalizada: Focar em exercícios de estabilização do core e fortalecimento muscular é essencial para aliviar a dor e melhorar a funcionalidade.

  • Educação postural: Ensinar os pacientes sobre alinhamento corporal e ergonomia pode prevenir desconfortos adicionais.

  • Apoio psicológico: Terapias cognitivo-comportamentais podem ajudar a lidar com ansiedade e cinesiofobia.

  • Atividade física regular: Práticas de modalidades esportivas, sempre levando em consideração a opinião e preferência do paciente, ajudam a manter a frequência e todos os benefícios envolvidos na prática regular de atividade física!


Quando procurar ajuda?

Qualquer dor persistente ou intensa em adolescentes com escoliose deve ser avaliada por profissionais especializados. Em alguns casos, a dor pode ser um "sinal vermelho" para condições mais graves, como tumores ou anomalias da medula espinhal, que necessitam de investigação detalhada.


Conclusão

Embora a escoliose não seja necessariamente uma causa direta de dor, fatores biomecânicos e psicossociais frequentemente contribuem para o desconforto em adolescentes com a condição. O manejo eficaz requer uma abordagem abrangente, focada tanto no alívio dos sintomas quanto na melhoria da qualidade de vida desses pacientes.







Conteúdo Autoral desenvolvido pela







Referências:

 is scoliosis a source of pain 2023.pdfJournal of Children’s Orthopaedics 2023, Vol. 17(6) 527–534 © The Author(s) 2023 DOI: 10.1177/18632521231215861 journals.sagepub.com/home/cho JOURNAL OF CHILDREN’S ORTHOPAEDICS

 
 
 

Comments


Agência Portátil ©2019 Associação Brasileira de Tratamento da Escoliose -. Todos os direitos reservados.
bottom of page